quarta-feira, janeiro 16, 2008

.a intenção era manter o vinil sempre vivo.

FAÇA SEU VINIL
Muita gente freqüentemente me procura para saber como e onde prensar algumas cópias em vinil de suas músicas. Depois de quase 8 anos fazendo a série Arsenal Sônico, acabei adquirindo algum conhecimento acerca dessa incrível arte que é a fabricação de discos em vinil.
Em 1998 fui à Baixada Fluminense, a convite de Dário - criador da Porte Ilegal, para conhecer a única fábrica de vinil em atividade no Brasil: a Poly Som Indústria e Comércio de Plásticos.
Pude conferir in loco todo o processo artesanal de confecção de nosso instrumento de trabalho. Aliás, instrumento de trabalho de alguns poucos djs que ainda resistem à "tirania do som digital", diga-se, "Final do Scratch" e afins.
Lá na Poly Som tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que, surpreendente e heroicamente, continuam prensando LPs, compactos e picture discs. A planta fica no município de Belford Roxo, Rio de Janeiro. A parte administrativa da fábrica é coordenada por Luciana e a área técnica é capitaneada por William.
A cada dia que passa a qualidade do vinil prensado na Poly Som vem melhorando. Vale a pena investir uma grana e colocar seus sons no bolachão.
Fazer vinil de seu grupo ou de sua produção é uma parada que chama a atenção. Nando Reis, por exemplo, prensou seu mais recente cd em vinil. Vinil é um artigo requintado e bacana.
Pessoal, fazer vinil não é caro como alguns pensam. Repito: não é caro pra fazer! Os preços para prensagem são extremamente convidativos. Por exemplo, você pode prensar 300 cópias por apenas 2000 reais. Ou seja, cada unidade acaba custando menos de 7 reais.
Pode soar romântico e até anacrônico a gente ficar batendo na tecla de que "dj de verdade toca com vinil". Sim, tem gente que chama a gente de "dinossauro". Ainda bem. Continuarei afirmando que dj de hip-hop tem sim de tocar com vinil.
O dj, diga-se, o uso do vinil, é um dos pilares de nossa cultura hip-hop. Não dá pra trocar o vinil por computadores, por mais que as novas tecnologias simulem com grande realismo a utilização de vinil. Não dá pra comparar. É trocar mulher por boneca de borracha.
Equipamentos como o "Finado Scratch" e o "SerRato" simulam a utilização de vinil de uma forma que djs acostumados a usar vinil de verdade não engolem. Há um atraso perceptível de áudio quando você faz scratches naquelas máquinas.
Já tive oportunidade de ver djs tentando riscar com tais equipamentos e praticamente todos os riscos saíram fora do tempo. Há outra questão: não podemos deixar que a matéria-prima dos djs seja substituída por bytes. Respeito quem fez a opção digital mas não posso ser condescendente. Vinil é vinl. Mp3 é mp3. A diferença é brutal.
Muitos defensores do uso da tecnologia digital alegam que é muito mais cômodo e barato pegar os mp3s na internet do que comprar vinis gringos.
Em primeiro lugar, é um erro pensar que só dá pra tocar com vinil gringo. Tem muito rap nacional em vinil. Tem muito som gringo em vinil nacional.O vinil gringo é caro realmente. Temos muitos títulos em vinil e há um monte de sebos espalhados por aí que vendem discos muito bons. Se o cara quer tocar som gringo, há outra opção às tecnologias digitais.
Para comprar um bom notebook e todo o equipamento para tocar digitalmente os sons, você terá de desembolsar até 5 mil reais. Com 5 mil reais dá pra comprar 5 vinis gringos por mês por quase dois anos. É algo a se pensar.
Não quero fazer campanha contra a tecnologia digital nem contra aqueles que a abraçaram. Cada um cada um. Não há como fugir da modernidade. Entretanto, acredito piamente que temos de preservar algumas tradições.
Fazendo uma comparação simplista, não troco um bom baião-de-dois por um Big Mac. Jamais trocarei o bom e velho vinil por arquivos digitais compactados. Ninguém faz música clássica com um teclado. O piano é essencial. Não dá pra fazer hip-hop sem o vinil.
Se você escolheu o caminho dos bytes, boa sorte. Tente fazer o melhor com a nova tecnologia. Tomara que muitos outros continuem trilhando o caminho tradicional e continuem riscando aqueles discos inventados por Thomas Edison.
É isso aí, não deixem de visitar o sítio da Poly Som: http://www.polysombrasil.com.br/
Lá estão todas as instruções, preços e recomendações sobre como fazer seu bolachão.
Use-as, véi! E o mais importante: façam vinil !
O vinil vive!
***
12/01/2008
FIM DO VINIL NO BRASIL?
A Poly Som, única fabricante de vinil em atividade no Brasil, decidiu parar suas atividades. Há alguns anos já ouvíamos rumores de que a empresa não andava bem financeiramente em razão dos altos custos de produção dos bolachões.
Apesar de o Governo Federal ter demonstrado interesse em manter a fábrica em atividade, devido a seu caráter cultural, não teve jeito. Agora quem quiser fazer vinil vai ter recorrer a fábricas no exterior, já que dificilmente alguém abrirá outra aqui em nosso país. Uma pena.
Assim a Poly Som tem informado seus clientes sobre o fechamento:
"Prezado cliente, agradecemos seu contato e aproveitamos a oportunidade para informar que a fábrica não está mais em atividade, portanto, os pedidos de prensagem de discos não serão mais realizados pela Poly Som. Serão atendidos apenas os pedidos que já se encontram em andamento. Encerra assim a história da última fábrica de vinil do Brasil. Gratos pela vossa atenção e confiança, Poly Som."

terça-feira, janeiro 15, 2008

.casa edison.

Casa Edison, no início do séc. XX
“Pelo Telephone! Samba carnavalesco gravado pelo Bahiano e corpo de Coro, para Casa Edison, Rio de Janeiro”, diz quase aos berros uma voz masculina aguda, pouco antes de um violão, um cavaquinho e um clarinete atacarem de forma um tanto claudicante os primeiros acordes de uma execução que iria entrar para a história da música brasileira. É assim, entre chiados típicos de discos antigos e seu timbre distorcido de vozes e instrumentos musicais que surgiu o documento histórico que é considerado a certidão de nascimento do samba. É no princípio do ano de 1917 que surgem no incipiente, porém rico mercado fonográfico brasileiro, os primeiros discos com a palavra “samba” em seus rótulos. No início de 2007 esta gravação do samba carnavalesco Pelo Telephone completa noventa anos de idade, e permanece de forma muito viva, seja pela remasterização do fonograma original ou por meio de novas versões de músicos modernos. Entretanto, ainda muito viva são as controvérsias que cercam esta canção, entre as quais, a sua autoria.Com música de Ernesto Joaquim Maria dos Santos (popularmente conhecido como Donga) e texto de João Mauro de Almeida. Pelo Telephone foi um grande sucesso no carnaval carioca de 1917. Porém, pesquisadores e especialistas têm argumentado que parte deste sucesso deveu-se, talvez, pelo fato da canção já ser conhecida anteriormente em meio a algumas comunidades populares do Rio de Janeiro. Entre tantos detalhes e fatos esquecidos ou propositalmente colocados de lado, apenas um mergulho histórico pode nos ajudar a entender melhor a magia e os mistérios que circundam o surgimento deste gênero musical que é considerado por muitos a própria essência da cultura popular brasileira.
Precaução ou malandragem?
Apesar do senso-comum que diz que a gravação de Bahiano de Pelo Telephone deva ser considerada a certidão nascimento do samba, é bom esclarecer que se trata uma atribuição de cunho mais simbólico do que necessariamente histórico. Mesmo antes de a música ganhar as residências brasileiras pela voz de Bahiano, ela já havia sido gravada em versão instrumental pela Banda Odeon, possivelmente pouco tempo antes de sua interpretação (o disco de Bahiano está registrado sob a numeração 121.322A, e a da Banda Odeon 121.313B). É da mesma época uma terceira versão da música, gravada pela Banda do 1º. Batalhão de Polícia da Bahia.Entretanto, antes mesmo da música ganhar seus primeiros registros fonográficos, está registrado que em 6 de novembro de 1916 Donga entra com uma petição no Departamento de Direitos Autorais, repartição da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Mais especificamente, a petição trata-se de uma pedido de registro de uma partitura de samba com o título de Roceiro. Dez dias depois, Donga anexa ao processo uma declaração na qual diz que a música havia sido estreada em 25 de outubro daquele mesmo ano, no Cine-Theatro Velho.Estudos indicam que as notas musicais utilizadas para o registro da partitura para piano foram manuscritas por Pixinguinha, músico com quem Donga iria integrar o lendário grupo “Os Oito Batutas”. Consta ainda que na nesta partitura esteja indicada uma dedicatória a “Morcego” (apelido de Norberto Amaral) e a “Peru” (Mauro de Almeida, o letrista da música). Foi possivelmente no hiato entre o registro e a primeira gravação que a canção ganhou o nome de “Pelo Telephone”, ao mesmo tempo em que ganhou a letra que seria cantada por Bahiano (somente nesta gravação é que o nome de Mauro de Almeida surge associado autoria da canção).Documentalmente, não há como refutar a primazia autoral de Donga sobre a parte musical de Pelo Telephone. Entretanto, pesquisas históricas realizadas no âmbito da cultura popular carioca indicam que mais do que uma obra de um único criador, Pelo Telephone fazia parte de uma cultura musical coletiva.É o que conclui o historiador José Ramos Tinhorão, em seu livro História Social da Música Popular Brasileira. Ao tratar das festas populares realizadas nas chamadas “casas de baianas” nos subúrbios cariocas, Tinhorão defende que “em fins de 1916 um desses participantes resolveu aproveitar algumas estrofes com certeza ali muitas vezes repetidas, para um arranjo ampliado com novos versos”. Em meio ao estereótipo de aproveitador que o sambista já então detinha, não fica difícil concluirmos que o registro autoral de Pelo Telephone tenha sido um ato de malandragem. Porém, o historiador vê o fato sob uma outra perspectiva, como algo que “vinha a revelar o início do processo de profissionalização dos músicos com talento criador saídos das camadas populares”.A questão dos direitos autorais na cultura popular foi e é um problema muito difícil de ser resolvido. Entretanto, à época da “criação” de Pelo Telephone, os debates em torno da questão estavam longe de terem as gigantescas proporções que este assunto tem nos dias atuais, em parte por responderem a uma parcela do contexto econômico muito menor que nos dias de hoje. Em depoimento gravado pelo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, Donga dá a entender que queria apenas profissionalizar algo que só se fazia informalmente.“Bem, o negócio sempre foi de improviso. Nós tínhamos nos tornado simpáticos, tocando de graça. Cansei de tocar de graça em todos os salões. [...] Eu sempre fui o orientador da turma. Não sei por que, eu é que resolvia a parte comercial, os serviços”, diz Donga poucos anos antes de morrer, em 1974, já aposentado como oficial de justiça.De fato, se por um lado o surgimento de Pelo Telephone desempenha papel fundamental no entendimento artístico da música popular brasileira, pelo outro ele não deixa de ser um símbolo da profissionalização de toda uma categoria profissional. Trata-se de algo de relevância, tendo em vista a histórica relação entre os músicos populares e a informalidade profissional e educacional (de certa forma, presente inclusive nos dias de hoje).Se ainda atualmente a contestação da autoria individual de Donga sob Pelo Telephone permanece, é tempo de entendê-lo como o portador de uma tradição cultural na qual ele nasceu e vivenciou, sendo ele uma figura determinante em sua codificação, fato que possibilitou que toda uma prática musical se mantivesse relativamente acessível nos dias de hoje.O menino da casa de Tia Amélia. Como era muito comum com os músicos de sua época, Donga vinha de uma família simples do Rio de Janeiro. Era filho do pedreiro Pedro Joaquim Maria, que nas horas vagas tocava bombardino, instrumento aparentado com a tuba muito utilizado nas bandas marciais e de coretos da época. Porém, apesar da ascendência musical por parte de pai, é sua mãe, Amélia Silvana de Araújo (popularmente conhecida como Tia Amélia), que se mostrará como uma influência decisiva em sua vida. A exemplo do que ocorria em diversos bairros da periferia carioca, era em torno das “casas de baianas” que a cultura negra podia ser praticada resguardada das repressões policiais. Tia Amélia era a matriarca da principal casa de baianas da Cidade Nova, modelo este que ocorria em diversos lugares da então capital federal, tais como Tia Dadá, na Pedra do Sal, e Tia Ciata, na Rua Visconde de Itaúna.Eram nessas casas que gêneros musicais ligados à cultura negra – tais como o maxixe, o lundu e a modinha – eram livremente praticados, seja em grandes festas ou em pequenas reuniões. É neste contexto que o próprio samba surge, tal como relatado por diversas fontes históricas.Porém, apesar de gozarem de ampla aceitação nas chamadas camadas populares cariocas, foi apenas com o crescimento da indústria fonográfica brasileira – alavancada pelo pioneirismo de Frederico Figner e sua Casa Edison – que este gênero de música popular urbana passou a entrar nos lares das elites econômicas de então, rivalizando com gravações de Tangos, Schottisch e de música clássica.Em pouco tempo, o samba, bem como outras práticas musicais exercidas por negros, impôs-se como elemento principal de nossa identidade musical, ao ponto do próprio Donga, junto com Pixinguinha e os Oito Batutas, ter excursionado pela Europa e participado de gravações internacionais enquanto representante de nossa cultura musical.Hoje em dia o samba é um fenômeno rico, multi-facetado em diversos segmentos como samba-enredo, samba de breque, samba-canção, etc. Talvez os ouvidos modernos tenham dificuldade de reconhecer em Pelo Telephone o gérmen inicial do samba, que a despeito de qualquer predileção ideológica ou estética, constitui-se ainda símbolo fundamental da identidade musical brasileira.
Para ler a letra e acessar gratuitamente o áudio de Pelo Telephone acesse http://www.outramusica.org/.

Figura: Na abertura do século XX, Figner, já comerciante vitorioso, anunciava as últimas novidades em aparelhos sonoros
13 de novembro de 1889. Na presença do imperador D. Pedro II, da princesa Isabel e seu marido, o conde D’Eu, um de seus filhos, o príncipe do Grão-Pará, falou e o outro, o príncipe D. Pedro Augusto, solfejou. Era a primeira gravação de sons feita no Brasil, ao ser apresentado à Corte o grafofone (modelo mais avançado de Thomas Edison para seu gramofone). Portanto, D. Pedro Augusto foi o primeiro brasileiro a ter sua voz gravada, cantando.O Brasil foi dos primeiros países a ter a novidade do final do século XIX – a máquina que aprisionava sons -, já que em 1878, um ano apenas depois de ter registrado sua invenção, Edison receberia autorização do imperador para comercializar a aparelho no país.A princípio a coisa foi atração de feira, circense, teatral, sendo exibida por camelôs onde encontrassem espaço para reunir meia dúzia de embasbacados cidadãos dispostos a pagar um níquel para ver e ouvir aquela incrível máquina falante. Saída das páginas da ficção registraria poderosa influência na cultura de todos os povos.No Brasil o primeiro a se interessar comercialmente pelas máquinas falantes foi o imigrante tchecoslovaco, de origem judaica, Frederico Figner. Menino, emigrou para os Estados Unidos e lá, já adulto, ao tomar conhecimento da invenção, que ainda funcionava de forma primitiva com rolos de cera e deixava de ser curiosidade para se transformar em atividade comercial, comprou um fonógrafo, com alguns rolos de cera, e saiu a exibi-los pelas Américas. De volta àquele país resolve explorar um mercado virgem e parte rumo ao Brasil, onde entra por Belém do Pará no final de 1891. Percebendo o sucesso de suas apresentações, envereda pelo Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia e dá com os costados no Rio de Janeiro, em abril de 1892. Instala-se na Rua do Ouvidor, 135, com sua “machina que falla”, como anunciavam os jornais, sem saber que iria interferir profundamente na cultura popular do país que escolhera ao acaso para ganhar dinheiro.

Figura: O anúncio da Casa Edison dá idéia do enorme repertório gravadol pelo seu maior astro, o cantor Bahiano.

Das sessões diárias para a apresentação da novidade até perceber a mina de ouro, Fred Figner – como se tornou conhecido – foi um passo. Importa e comercializa aparelhos e cilindros que vendem como água, pois eram encontrados com vários preços, acessíveis e sofisticados. Com a sua famosa Casa Edison era o dono absoluto do mercado.Mas, nos últimos anos do século XIX, começa a enfrentar concorrência e sua criatividade é chamada para manter a liderança. Até então se vendiam cilindros de música estrangeira, importados. Fred convida os cantores Cadete (Antonio da Costa Moreira) e Bahiano (Manuel Pedro dos Santos) para gravar fonogramas brasileiros, ganhando um mil-réis por cilindro. Mais tarde o palhaço Eduardo das Neves (Dudu), famoso por seus lundus e canções, veio juntar-se à dupla. Com isso o pioneirismo foi acrescido à biografia de Fred Figner, o de profissionalizar a música popular no Brasil.
Em 1904 entra no mercado o gramofone, com discos de cera cuja reprodução do som era feita através de uma agulha metálica presa a um diafragma de mica, que Émile Berliner lançara. Fred Figner garante para si, através de contrato com a International Zonophone Company, o direito de fabricação de chapas prensadas dos dois lados, o disco, que em muito pouco tempo eliminaria o sistema de gravações por cilindro. Surgem as séries Zon-O-Phone 10.000 e X-1000 que podem ser consideradas as primeiras do disco brasileiro (Figura ao lado: primeiro gramophone de Émile Berliner).
O sistema de gravação era mecânico, obrigando o intérprete a cantar gritado na boca de uma enorme corneta. O “técnico de som” tinha que empurra-lo à frente pelos ombros nas notas graves, ou puxa-lo para longe, nas notas agudas. Quando gravavam bandas ou conjuntos, os músicos se amontoavam na frente do “microfone”. Depois da gravação, a cera era enviada para a Alemanha e voltava transformada em disco seis meses mais tarde.
Mais tarde Figner fundou filiais em São Paulo e Porto Alegre, montando um estúdio na capital gaúcha, onde registrou artistas locais como o cantor modinheiro Xiru e o grupo de choro Terror dos Facões.Em 1911, associando-se à Odeon, pertencente à firma holandesa Transoceanic, Figner importa o equipamento da Alemanha e instala no Brasil a primeira fábrica de discos, a Odeon, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, e mantém a liderança até 1924, quando a Victor Talking Machine cria o processo de gravação elétrica, do qual o cantor Francisco Alves seria o pioneiro no Brasil em 1927.Em 1930, a Transoceanic obrigou Figner a vender todo o patrimônio da Casa Edison, dominando, a partir de então, o processo de gravação no Brasil, ao lado de outras multinacionais, como a Columbia e a RCA Victor. Com 40 mil títulos lançados ao longo de 28 anos, a Casa Edison marca a etapa heróica da gravação de discos no Brasil. A empresa funcionou até os anos 50, mas mudou de ramo: abandonando as máquinas falantes, passou a comercializar mimeógrafos e máquinas de escrever.

Fontes: Construindo o Som e História do Samba – Ed. Globo




Casa Edison


A primeira gravadora de discos do Brasil, Casa Edison, de propriedade de Frederico Figner & Cia. foi fundada em 1900 pelo empresário tcheco naturalizado americano, na rua do Ouvidor no Rio de Janeiro e se dedicava a vender aparelhos sonoros (máquinas falantes), cilindros, chapas. Em 1901, Figner se associou à indústria de discos alemã Zon-O-Phone, pertencente ao conglomerado Carl Lindström, para lançar e gravar discos com exclusividade. Lá foi feito o primeiro registro fonográfico do Brasil, o lundu Isto é bom, em 1901. Em 1913 Figner instalou no bairro de Vila Isabel a primeira fábrica de discos do Brasil, a Fábrica Odeon, com 500 funcionários e uma produção de 30 mil chapas por mês. Também fundou filiais em São Paulo e Porto Alegre. O Brasil se tornou, na época, o terceiro maior mercado discográfico do mundo, posto que perdeu depois da Primeira Guerra Mundial e nunca mais recuperou. Em 1930, a Transoceanic obrigou Figner a vender todo o patrimônio da Casa Edison, dominando, a partir de então, o processo de gravação no Brasil, ao lado de outras multinacionais, como a Columbia e a Victor. Com 40 mil títulos lançados ao longo de 28 anos, a Casa Edison marca a etapa heróica da gravação de discos no Brasil. A empresa funcionou até os anos 50, vendendo, como já vinha fazendo desde o início, mimeógrafos e máquinas de escrever.




Fontes:





http://www.construindoosom.com.br/linha_do_tempo/casa_edison.htm





http://www.facom.ufba.br/pexsites/musicanordestina/catedson.htm

veja mais :

http://images.google.com/imgres?imgurl=http://www.geocities.com/aochiadobrasileiro/Cronologia/1918/Oboinotelhado.gif&imgrefurl=http://www.geocities.com/aochiadobrasileiro/Cronologia/cronologia1918.htm&h=199&w=153&sz=11&hl=pt-BR&start=3&um=1&tbnid=TeWF224BEka1eM:&tbnh=104&tbnw=80&prev=/images%3Fq%3DCASA%2BEDISON%26svnum%3D10%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26rls%3Dcom.microsoft:pt-br:IE-SearchBox%26rlz%3D1I7DBBR%26sa%3DN

e mais :

A Casa Edison e seu Tempo (livro + 5 cd´s de imagem + 4 cd´s de música)

http://www.biscoitofino.com.br/bf/cat_produto_cada.php?id=36